Ministérios EFRATA – O Bem & o Mal, a Cada Dia
Domingo, 01 de Fevereiro de 2015
Antes de contar a história do personagem, que aparentemente tem uns trinta anos de idade (ou pouco mais, talvez), conto a história do contexto. Ele mora no bairro Vila Nova Conceição, em São Paulo. Prá quem não sabe, Vila Nova Conceição despontou na imprensa econômica como o bairro do metro quadrado mais caro da capital paulista, de acordo com pesquisa da FIPE – Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas. É o bairro a oeste do Ibirapuera, ‘cortado’ pela avenida Santo Amaro, onde fica o hospital São Luiz. Só por aí, dá prá imaginar o status econômico do nosso personagem. Pois bem! E onde o personagem tem sido visto recentemente? Nos corredores do segundo andar da maternidade daquele mesmo hospital; mais precisamente, no saguão em frente à UTI neo-natal, onde um punhado de mães, e um número menor de pais, avós e avôs (nesta ordem de precedência numérica) se apinha, acompanhando a saga de bebezinhos prematuros que lutam, não mais para vir à luz, mas para sair, vitoriosos, à luz natural. Como a Vitória, que nasceu de 24 semanas, com pouco mais de seiscentos gramas.
E o nosso personagem ‘anônimo’? É um exemplar daquilo que se pode chamar de “marinheiro de primeira viagem”, por ser pai da primogênita Beatriz. A Bia, também colega de saga da minha recém nascida neta naquela UTI neo-natal, veio ‘apressada’ ao mundo: 28 semanas, apenas. O peso? Pouco mais de novecentos gramas. Há quase três semanas, a luta da pequena Beatriz (e de todo o staff hospitalar que a assiste) tem sido recompensada: já alcançou mil e trezentos gramas. Previsão? Se continuar no ritmo, em trinta ou quarenta dias terá “alta”; ‘nossa’ Giovana foi mais galardoada: depois de dez dias naquela UTI, acaba de sair. Agora, transcrevo palavras do nosso personagem anônimo, o do bairro Vila Nova Conceição (capturadas por minha esposa, que está de companhia com a nossa filha, mãe da Giovana): “Nessa hora, não adianta ter carrão, casão, dinheiro, nada! A única coisa que quero é ver minha filha saindo daqui, e bem! Nunca me imaginei num cenário desses… A gente nunca imagina tantas mães, as crianças, esta luta. Isto aqui é uma escola, um verdadeiro aprendizado!"
E é mesmo! Por exemplo: Você, que me lê, sabe o que é “corredor”, no ‘dialeto’ específico daquele território? “Corredor” é quando médicos e médicas, enfermeiros e enfermeiras, e até funcionários, aqueles da rotina diária, se formam em fila pelos dois lados do corredor de saída, para aplaudir um “principezinho”, ou uma “princesinha”, que superou sua severa saga, tendo ficado pelo menos trinta dias, e está de saída, nos braços de sua mãe. Como ocorreu, nesta semana, com o pequeno Gabriel: depois de mais de dois meses de UTI, para alcançar 2,8 quilogramas, teve seu “corredor” nesta semana. Dia de festa, dia de vitória, o dia de “corredor”… E todos aplaudem! Emocionante demais!! Simplesmente indescritível!!!
Sabe qual a pessoa mais procurada naquele lugar? Ninguém mais, ninguém menos do que Deus. É numa hora como essa que o Criador, o doador da vida é insistentemente buscado, mesmo por quem não Lhe deu lá muita importância, até então. Ademais, uma das palavras mais frequentemente ouvida é… “milagre”. Milagre, referindo-se ao nascimento, milagre referindo-se à saga, à superação, à esperança que se renova a cada dia, à sobrevivência, ao “corredor”! Agora, junte as duas palavras – Deus e milagre – e o vocabulário adquire senso (acima dos sentidos), adquire razão (acima da própria razão), toma o contorno verdadeiro da esperança e do novo horizonte. Só em Deus, só com Deus, só por Deus, ninguém mais! Reconheço: a ciência avança, e ganha em poder cada vez mais. Mas, não dá um passo sem o consentimento divino. Mais que isso, ratifico o que continuamente repetia o grande cientista teutônico Joahannes Kepler (1571-1630): “Oh, God! I am merely thinking Thy thoughts after Thee!” (tradução: “Ó Deus, eu estou meramente te seguindo em Teus pensamentos!”).
E é também o que Deus reivindica sobre Si, em Sua palavra de revelação escrita: “Pois em Ti está a fonte da vida; graças à Tua luz, vemos a luz” (Salmo 36.9, NVI)… E, como se não bastasse: “Quem, pois, realizou essas coisas? Aquele que desde a origem chama as gerações à vida: eu, o Senhor, que sou o primeiro – e que estarei ainda com os últimos.” (Isaías 41:4, BCF).
Para cada um de nós há sempre um “corredor” à vista: o corredor da vitória nos desafios, o corredor da superação nas crises, o corredor da contemplação da esperança que se vê em realidade. O “corredor” da netinha Giovana não se deu no hospital – ela não alcançou os trinta dias de UTI neo-natal (grazie a Dio). Deu-se, outrossim, em corações rendidos à sabedoria e à soberania divina; deu-se em almas inclinadas a “levar cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (II Coríntios 10.5, ARA). Mas, como disse o pai da Bia, que fica um grande aprendizado, fica. A lição principal é: não importa o tamanho do desafio, não importa o grau de dependência na superação: Só existe um que pode (se quiser) proporcionar o “corredor” da transformação de esperança em realidade – Deus! Andar com Ele faz toda a diferença! Reconhecer Sua grandeza e majestade é um imperativo!
Quando Stuart Hine (Stuart Wesley Keen Hine, 1899-1989) traduziu para o inglês, acrescendo duas estrofes ao poema original, o hino que já era cantado com melodia sueca, não imaginava que se tornaria a segunda maior preferência entre os hinos (perdendo só para o Preciosa Graça). A inspiração poética proveio do Salmo 8. Mesmo tendo várias versões em nosso idioma, vai aqui a interpretação de Alan Jackson.
HOW GREAT THOU ART (1885)
QUÃO GRANDE ÉS TU
Carl Gustav Boberg (1859-1940)
O Lord, my God, when I in awesome wonder
Ó Senhor, meu Deus, quando eu, impressionado e maravilhado
Consider all the worlds Thy hands have made
Considero todos os mundos Tuas mãos criaram
I see the stars, I hear the rolling thunder
Vejo as estrelas, ouço o trovão retumbante
Thy power throughout the universe displayed…
Por todo o universo se exibe o Teu poder…
Then sings my soul, my Savior, God, to Thee:
Então canta minh'alma, meu Salvador, Deus, a Ti:
How great Thou art! How great Thou art!
Quão grande és Tu! Quão grande és Tu!
Then sings my soul, my Savior God, to Thee:
Então canta minh'alma, meu Salvador, Deus, a Ti:
How great Thou art! How great Thou art!
Quão grande és Tu! Quão grande és Tu!
When Christ shall come with shouts of acclamation
Quando Cristo vier, com alaridos de aclamação
And take me 'home', what joy shall fill my heart!
E me levar prá 'casa', que gozo há de encher meu coração
Then I shall bow in humble adoration
Logo me curvarei em humilde adoração
And there proclaim: My God, how great Thou art!
E lá proclamarei: Meu Deus, quão grande és Tu!
Um verso não cantado:
When through the woods and forest glades I wander
Quando vagueio através de bosques e florestas
And hear the birds sing sweetly in the trees
Ao ouvir pássaros cantando docemente nas árvores
When I look down from lofty mountain grandeur
Quando me deslumbro do alto de uma montanha
And hear the brook and feel the gentle breeze…
Ouvindo o ribeiro, e sentindo a fresca brisa…
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Boa semana, até próximo Domingo, se Deus quiser (Tg 4.15) !
Ulisses
Notas das citações bíblicas:
ACF – Edição bíblica de Almeida, Corrigida e Revisada Fiel, da Sociedade Bíblica Trinitariana
ARA – Edição bíblica de Almeida, Revista e Atualizada, da Sociedade Bíblica do Brasil
ARC – Edição bíblica de Almeida, Revista e Corrigida, da Sociedade Bíblica do Brasil
BCF – Bíblia Católica de Figueiredo, www.bibliacatolica.com.br
NVI – Nova Versão Internacional, da Sociedade Bíblica Internacional